segunda-feira, junho 07, 2010

Sizinho

Casa vazia de solidão
Fechada a uma grande porta sombria
Do seu mais profundo receio com dúvidas
Do velho ditado que já dizia
(Cada um por si e deus por todos)

Quem de nós poderia saber que se ao olhar para trás
Iria perceber que não resta mais nada além de nós mesmos
Ao fechar a porta não se despeça daquilo que se autodestruiu
E perceber que não resta mais nada além de nós

O grande mistério é aquele que está
Dentro da cabeça de cada um
Sempre tendo que perdoar os seus inimigos,
Mas nunca esquecendo- se dos seus nomes


Ingrid Amaral

segunda-feira, maio 31, 2010

Inquietude

Das nuvens debruçou sobre meu leito
Minha vontade
sussurro violento
Meu príncipe decifrou-me
do teu jeito
Caminhava eito
lento
Jogou palavras
como confeito
nelas dançamos junto
no vento

Não havia
galope de cavalo...
Subiu até meus lábios
fincou os dentes
Sorri ferida ao beija-lo
Tomou-me por tua.
partimos crentes

Omiti
meu calor impregnante
Transida, parada, convencida
Parei
de pensa-lo como amante
confortarei-me entre as cobertas
oprimida!

Meu príncipe inventado
frágil
Herói falante
enterrou minha certeza
Aceito meu destino
farei-o ágil
Sozinha
sobrevivi a minha frieza
Polpar-lhe-ei deste contagio
Permanecerá. Tu refugio
minha fraqueza
Raquel Rosene

sábado, maio 29, 2010

Ao Amigo

Não quero esquecer de nossa amizade
Não quero colocar um ponto final em tudo, só porque agora é tarde.
A distância não apaga aquilo que só a memória guarda
Não interrompe os laços puros e sinceros
Apenas gostaria de lhe falar, que o tempo que passamos juntos não foi em vão
Que a nossa amizade não surgiu na escuridão
Quase sempre não damos valor a aquilo que temos em nossas mãos, mas só apenas
quando perdidos nos damos conta de que aquilo era muito especial
Onde um telefonema faz, sim a diferença
E que agora é um passado distante
Um momento onde a pequena criança cresce e se torna grande
Chegamos até a pensar se Deus existe
Porque tudo que era alegre ficou triste
Aquilo que costumávamos chamar de inferno, hoje é o paraíso
Recordamos das fogueiras que foram ascendidas

Bom, simplesmente não quero olhar para trás e perceber que tudo passou de ilusão
Mas sim, olhar para frente à alegria em plena solidão.

Ingrid Amaral

Ainda Faltam Detalhes

Na decadência dos espaços
Desisto, deixo bem claro os motivos.
Cada quadrado pintado é um plano.
Falível ou não, é planejado com todo o meu ser!
E as vezes não me reconheço nesses planos.
Então desisto.
Deixo que meus planos falem por mim.
Para em cada falha, encontrar um pouco das minhas vontades
Nesse mosaico irreconhecível...


Raquel Rosene